Maria Cristina Lopes Quando a mente está leve a dança flui Psicologia da dança
maria cristina lopes psicóloga da dança

Conclusão

Existindo em nossas vidas desde os primórdios da humanidade, a dança funciona como ferramenta de expressão. A arte que conquistou o mundo, se viu levantando uma série de questões no final da década de 80. O interesse partiu a respeito dos supostos benefícios que a prática proporciona a saúde. Começaram então os questionamentos, que foram seguidos de pesquisas e mais pesquisas. Logo, informações relacionando a dança a benefícios a saúde física e mental começaram a ser publicados.

Além disso, houve a descoberta da importância da psicologia da dança para o desempenho técnico. Ou seja, a psicologia da dança entra na esfera da arte como uma ferramenta crucial para a excelência almejada pelos bailarinos.

Devido a essa importância, a psicologia da dança passa a então ser parte essencial da vida de bailarinos. Assim como parte importante das instituições de dança, professores e instrutores. Ela aparece também como forma de otimizar o aprendizado da dança, o ensinamento da dança, e o bem-estar de todos envolvidos.

As descobertas, apesar de antigas, ainda perpetuam nas grandes academias nos dias de hoje. Tornando a psicologia da dança não apenas uma ferramenta. 


>> Leia também: O que é a psicologia da dança?


COMO FAZER REFERÊNCIA A ESTE ARTIGO:

Lopes, M. C. (2020, abril 24). A evolução da psicologia da dança no mundo e influenciadores [Blog]. Recuperado de: https://www.mariacristinalopes.com/a-evolu--o-da-psicologia-da-dan-a-no-mundo-e-influenciadores.html

A dança, para muitos, pode ser descrita como uma arte com o objetivo de transmitir um sentimento através do movimento do corpo. Por sua vez, a dança está presente nas mais diversas culturas, utilizada de forma distinta, para celebrações e rituais.

Quando paramos para pensar, a dança é uma das artes mais acessíveis e quase todos podem dançar. O mesmo não é comum com outras artes, como a pintura, como tocar instrumentos.

Porém, eventualmente, a dança se tornou algo mais técnico e profissional. Com isso, veio a busca pela perfeição e pela precisão dos movimentos. As pessoas passaram a frequentar academias e estúdios em busca de melhorar o seu desempenho e muitas danças tradicionais foram se perdendo.

Agora, fatores como a saúde do bailarino, tanto física quanto mental, se tornam pontos importantes a serem discutidos. Com a busca pela melhora da execução da arte e o entendimento dos efeitos que ela pode ter em nosso corpo, surge a psicologia da dança como ferramenta para auxiliar durante este processo.


>> Leia também: O que é a psicologia da dança?

Maria Cristina Lopes. Sou formada pela PUC-Rio e mestre pela Universidade de Coimbra. Trabalho com a dança desde 2013 e desenvolvi o 1º curso de psicologia da dança do Brasil em 2016. Sou defensora da área de psicologia da dança, atendo bailarinos, ofereço consultoria para escolas e companhias e capacito professores e psicólogos nesta área promissora.
Contatos: mariacristinalopes@gmail.com | +55 21 990922685

O objetivo da Psicologia da Dança

Na busca de entender melhor os efeitos da dança na saúde, seja ela física ou mental, surge a psicologia da dança. Com esta busca surgiram as primeiras investigações em psicologia da dança. O objetivo é aliar os conhecimentos da psicologia ao processo da dança. Os objetivos evoluíram e ampliaram. Assim, compreender e destacar os pontos psicológicos, emocionais e comportamentais que podem ser modificados para a melhoria do desempenho dos bailarinos também foi e é um dos grandes objetivos desta área.
Dessa forma, a psicologia irá interferir nas diversas esferas do ambiente da dança. Isto inclui os professores, os alunos e bailarinos.


No princípio, o interesse estava relacionado ao efeito da dança na saúde (em especial das terapias de dança), uma vez que diversos artigos a respeito dos benefícios e impactos na dança na saúde começaram a ser publicados. Foi em meados da década de 70, que este interesse pela arte como forma de terapia cresceu, incluindo seus efeitos para idosos, para crianças autistas, para pessoas com demências, para pacientes que sofreram traumas; entre outros.

Nesta mesma época, pesquisas com o intuito de ligar a dança aos benefícios à saúde começaram a surgir. Um estudo publicado pela Perceptual and Motor Skills Journal conseguiu, com sucesso, identificar uma diminuição no quadro de ansiedade dos pacientes que praticavam a dança.

A partir daí a dança começou a ser indicada como forma de tratamento para diversos problemas de saúde. A psicologia da dança, por sua vez, também tinha foco em elevar o nível de desempenho e performance dos próprios bailarinos. Para isso eram levados em considerações fatores como o ambiente e a saúde mental do bailarino. Assim como quais seriam os métodos de ensino com maior eficiência para os professores. Basicamente, o objetivo foi descobrir a forma mais eficiente de ensinar e aprender a dança.

Devido a importância da psicologia da dança no ambiente de ensino da arte, até os dias de hoje, grandes academias fazem do psicólogo um profissional essencial para o time responsável pelos bailarinos. 

A evolução da psicologia da dança no mundo e influenciadores

homens bushmen dançando

Influencias na psicologia da Dança

Durante a intensa busca por mais informações a respeito da dança entre os anos 70 e 90, diversos nomes se destacaram por suas influências nas pesquisas e estudos sobre a psicologia da dança.

Foi a partir desses estudos que as relações entre bailarinos e transtornos alimentares foi descoberta. O estudo publicado em 1985 conseguiu mostrar que bailarinos estavam mais suscetíveis a esses transtornos por uma série de fatores.

Uma das relações descobertas que perpetuam até os dias de hoje é o benefício da dança para pessoas na terceira idade. Devido as descobertas, as aulas de dança passaram a ser recomendadas aos idosos, inclusive os que sofriam com Parkinson.

Diversos estudos desde o final dos anos 80 até os dias atuais buscam relacionar a dança a possíveis benefícios nos sintomas de Parkinson. A associação Dance for PD foi criada no ano de 2011 com o intuído de disponibilizar aulas exclusivamente aos idosos que sofrem de Parkinson.

Um dos benefícios citados é o fator social apresentado. É muito comum que idosos enfrentem uma diminuição em interações sociais na terceira idade. Principalmente quando sofrem de Parkinson, pode haver dificuldade na criação de ligações à longo prazo.

No entanto, para esses idosos foi comprovado em estudo publicado em 2015 que há benefícios consideráveis quanto as interações sociais (Houston et al, 2015). Além disso, também há o fator de mobilidade e força corporal, que pode sofrer melhoras com a prática da dança.

Um dos nomes responsáveis pela divulgação de informações relacionadas à psicologia da dança foi Jim Taylor. Com a dança como ferramenta de melhora de desempenho, em 2015 publicou o livro "Dance Psychology for artistic and performance excellence".

Desta forma, a dança começava a ser ligada não apenas aos benefícios à saúde, como também à excelência na prática da arte em si por bailarinos. Sendo assim, ela se transforma em um ponto de interesse para alunos, professores e até mesmo a população. 

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