Maria Cristina Lopes Quando a mente está leve a dança flui Psicologia da dança
mulher de preto dançando feliz
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Maria Cristina Lopes. Sou formada pela PUC-Rio e mestre pela Universidade de Coimbra. Trabalho com a dança desde 2013 e desenvolvi o 1º curso de psicologia da dança do Brasil em 2016. Sou defensora da área de psicologia da dança, atendo bailarinos, ofereço consultoria para escolas e companhias e capacito professores e psicólogos nesta área promissora.

Contatos: mariacristinalopes@gmail.com | +55 21 990922685

Em suma, em uma população em processo de envelhecimento, é notória a necessidade de duas transformações: uma alteração na percepção do idoso pela sociedade, mais voltada a possibilidades do que à fragilidade, e a criação de iniciativas inovadoras que busquem reduzir a condição de desigualdade, não-inclusão e desvalorização em que se encontram muitos dos nossos idosos atualmente.


>> Confira também o artigo "Benefícios do Ballet Adulto".


Indicações de espaços de aulas de dança de diversas modalidades para a terceira idade:

São Paulo: Dança e Expressão - (11) 3803-8726 / (11) 9 4116-2181
São Paulo: SESI - (11) 3322-0050
São Paulo: Ballet Terapia - (11) 96175-0214
Joinville: Studio S Escola de Dança - (47) 3027-5010
Joinville: Dança Senior - 47 3121-6262
Porto Alegre: Vera Guerra - (51) 30236653 / (51) 999749507
Vitória: FAFI - (27) 3381-6921 / 3381-6922
Brasília: Bailacci - (61) 9.9969-4858 / (61) 9.9995-4858
Maceió: Dança Senior Maceió - (82) 98879-9249

​Rio de Janeiro: Espaço Carmem Ximenez - (21) 3026-8510 / (21) 98106-7770​

REFERÊNCIAS:

Klein L., Fogaça M., Silva T., Santos, D., Normann T., Schimitt V., Bernardi C., Oliveira A. Eu escolhi dançar: a prática de ballet clássico na terceira idade. Raízes e Rumos, Rio de Janeiro, v.7 n.2, p. 67-76, jul./dez. 2019.

Levites, Marcelo (2019, junho, 24) ONU reconhece envelhecimento da população. Estadão.com.br. Recuperado de: https://emais.estadao.com.br/blogs/viva-mais-e-melhor/onu-reconhece-envelhecimento-da-populacao/

Lopes, M.C. (2019). Curso psicologia da dança: temas e perspectivas. Editora Garcia. Juíz de Fora, MG.

Organização Mundial da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Tradução: Suzana Gontijo. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 60p.: il. Recueprado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf

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COMO FAZER REFERÊNCIA A ESTE ARTIGO:


Lopes, M. C. (2020, março 01). Sessenta anos ou mais: o que a dança pode oferecer à melhor idade? [Blog]. Recuperado de: http://www.mariacristinalopes.com/sessenta-anos-ou-mais--o-que-a-dan-a-pode-oferecer---melhor-idade----psicologia-da-dan-a.html

Gabriela Romão. Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), é especializada em escrita científica. Estuda dança desde 2016, com ênfase em modalidades de dança de salão.

Contatos: gabi.r.romao@gmail.com | @romaogabriela

A população mundial está envelhecendo, e isso é um fato. Segundo a ONU (2019), até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos (quase o dobro do número atual, que é uma em cada 11). As pessoas estão vivendo cada vez mais, e com isso, têm contemplado um universo de caminhos e possibilidades na velhice, que vão desde investir em novos estudos, empreender em outra carreira profissional e até buscar novas experiências pessoais.

Nessa esteira, a dança se apresenta como uma das atividades mais valiosas para idosos no mundo contemporâneo, não apenas como forma de preservar e melhorar a saúde física e psíquica desses indivíduos, mas também como meio de interação e integração social.

Para entender como a dança pode transformar a vida nessa faixa etária, é preciso considerar o conceito de envelhecimento ativo (Organização Mundial da Saúde, 2005). Tendo o indivíduo como protagonista do processo, trata-se da promoção e otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem. 


Ao valorizar a independência, participação, dignidade, assistência, autorrealização, e enfim, a aptidão física e funcional do indivíduo para a vida em sociedade, esse conceito busca desconstruir uma visão desgastada e atrasada, porém ainda vigente, de que os idosos compõem uma parcela da população em estado de invalidez, improdutividade, dependência e até exclusão. 


A dança, enquanto atividade física, que trabalha corpo e mente, é uma das principais fontes para o desenvolvimento do envelhecimento ativo junto a essa população. E a fragilidade física é o primeiro ponto a ser combatido. Shanahan et. all (2016) estudou alguns aspectos de saúde em praticantes de dança irlandesa tradicional, em em comparação ao grupo de controle, os resultados mostraram que a dança, praticada num período de seis meses, proporcionou o fortalecimento da musculatura e do equilíbrio, tornando o indivíduo muito mais independente no deslocamento e menos propenso a quedas no seu dia a dia. >> Leia também: Saúde, mente e corpo: o tripé que vai fazer você começar a dançar hoje

A coordenação motora, a consciência corporal e a memória são outros fatores de bastante benefício para os idosos que praticam a dança - e isso vale para todas as modalidades. Dançar é um exercício que exige concentração e uma análise apurada do próprio corpo. Além disso, com o tempo, a superação dos desafios pode também aumentar a autoestima do idoso, fazendo-o sentir-se mais capaz e consciente em todas as esferas da vida, diminuindo problemas como estresse e depressão (Klein et. al., 2019).

A integração social promovida pela prática da dança, especialmente em grupo, também entra como benefício para a saúde e bem estar do idoso. É comum que a aposentadoria ou os afazeres da família tornem o idoso uma pessoa mais isolada, tirando dele a interação que é base da vida em sociedade. Entre amigos e num ambiente descontraído, como uma turma de ballet, é mais fácil para o idoso sentir-se feliz e realizado, integrado de fato ao corpo social a que pertence.

Um exemplo das mudanças que a dança pode promover na vida do idoso está no projeto “Dança para Idosos” da Universidade Federal de Ciência da Saúde (UFCSPA). Segundo Klein at. all (2019), o projeto, que promove o aprendizado de ballet por cerca de 20 idosas em Porto Alegre (RS), contribui para uma mudança positiva mediante a transformação individual dos participantes e do impacto causado no ambiente acadêmico, principalmente na superação de concepções atrasadas de senescência.

Sessenta anos ou mais: o que a dança pode oferecer à melhor idade?

“As motivações manifestadas pelas mesmas [idosas] foram inúmeras e seguiram desde aspectos de saúde até a realização de sonhos de infância. Muitas participantes objetivaram a melhora da sua saúde física por recomendação médica (...), caracterizando a saúde como principal fator de adesão. (...) Estar participando do projeto as fez sentirem-se desafiadas, empoderadas e capazes de ir além, contribuindo para melhorar a relação consigo mesma (...)"

(Klein et. al, 2019)