- Técnica de distração

Uma das principais consequências do isolamento social é o aumento dos níveis de estresse e ansiedade dos indivíduos. O medo pode ser uma emoção muito presente durante esse período, e ocasionar pensamentos obsessivos com relação ao cuidado e à higiene, bem como o temor de perder pessoas queridas, ou sua própria saúde.

Para não sucumbir a esses pensamentos, técnicas de distração são soluções bastante eficazes a curto prazo. A distração pode ser um livro, um filme, ou qualquer atividade que você goste. Mas no que toca as aulas de dança, ter um profissional guiando a sua prática exige um alto grau de atenção para entender as instruções, executar os passos, ouvir a música e sentir os movimentos, o que ajuda muito o indivíduo a se desvincular momentaneamente dos pensamentos insistentes.

- Benefícios para o corpo

A dança, como qualquer atividade física, libera hormônios relacionados ao bem estar no indivíduo, e sua prática continuada (ao longo de semanas ou meses, por exemplo) pode ser potencialmente benéfica na diminuição dos níveis de estresse e ansiedade.

Para além disso, os efeitos contínuos da dança na mobilidade são bastante importantes durante a pandemia, principalmente para aqueles que trabalham em home office. Dependendo do trabalho que desempenham, é comum para essas pessoas passarem boa parte do dia sentadas, semi-deitadas ou deitadas, o que com os passar do tempo, provoca dores nas articulações e mal estar. A dança pode ajudar nesses casos, fortalecendo a musculatura e estrutura óssea e fazendo a manutenção diária da mobilidade corporal.

“Ao invés de só ficar confinado a uma cama, a uma cadeira, a um sofá, podemos usar o corpo e o próprio espaço da casa de maneira mais saudável”. (Lopes, 2019).

COMO FAZER REFERÊNCIA A ESTE ARTIGO: 

Lopes, M. C. (2020, junho 25) Aulas de dança durante a pandemia: saiba por que você deveria começar hoje [Blog]. Recuperado de: https://www.mariacristinalopes.com/aulas-de-dan-a-durante-a-pandemia--saiba-por-que-voc--deveria-come-ar-hoje.html

Maria Cristina Lopes. Sou formada pela PUC-Rio e mestre pela Universidade de Coimbra. Trabalho com a dança desde 2013 e desenvolvi o 1º curso de psicologia da dança do Brasil em 2016. Sou defensora da área de psicologia da dança, atendo bailarinos, ofereço consultoria para escolas e companhias e capacito professores e psicólogos nesta área promissora.

Contatos: mariacristinalopes@gmail.com | +55 21 990922685

Aulas de dança durante a pandemia: saiba por que você deveria começar hoje

- Rede de apoio

O distanciamento social, na maior parte do tempo, nos priva da presença de professores, colegas, amigos e até familiares, o que para muitas pessoas pode acarretar em consequências como tristeza e depressão. Por isso, manter uma rede de apoio com quem você possa contar, falar e dividir o espaço, mesmo que virtualmente, é muito importante para a sua saúde mental; é uma válvula de escape para a necessidade de compartilhar as coisas e estar junto.

Aulas online com os colegas de turma são um ambiente ótimo para criar ou manter a conexão com as pessoas próximas. É comum que o contato acabe extrapolando as aulas, se expandindo para grupos de WhatsApp e outras redes sociais, e também o conteúdo delas, saindo do campo da dança e se espalhando para outras esferas do cotidiano. 

O próprio fato de ter um professor nos orientando amplia a sensação de que somos cuidados, o que é ótimo em momentos de fragilidade.

- Prática para quem começa e para quem continua

Pra quem já tinha o hábito de frequentar aulas de dança antes da pandemia, é comum o medo de que a pausa possa ter prejudicado suas habilidades. Embora existam limitações - como falhas técnicas, ausência de contato físico e dificuldades para o professor corrigir - as aulas online são uma forma de manter a prática da dança, diminuindo os efeitos sobre a técnica, se comparadas a uma parada integral.

E para quem está começando, os benefícios podem ser ainda mais extensos. Justamente pelas limitações do ambiente online, as aulas devem se focar mais nos fundamentos da dança, preparando o corpo e fornecendo bases sólidas para o aluno começar quando o ensino voltar a ser presencial. 

- Manutenção da autoestima

Os sintomas consequentes do isolamento social, como aumento dos níveis de ansiedade, estresse e depressão podem minar a autoestima do indivíduo. A dança, por oferecer desafios constantes, mas possíveis, tende a aumentar a autoeficácia de seus praticantes, ou seja, a percepção de que são capazes de realizar as atividades diante de si.

Além disso, manter rituais simples, como colocar uma roupa apropriada e se arrumar para a aula, podem ser identificados como autossuficiência para cuidar de si mesmo e manter sua vida funcional, mesmo que em condições adversas. 


>> Leia também: Saúde, mente e corpo: o tripé que vai fazer você começar a dançar hoje 

A pandemia causada pelo surto do novo coronavírus afetou consideravelmente a prática de atividades físicas pela sociedade. Correr na rua ou no parque se tornou inviável em muitas regiões, as academias de musculação foram fechadas e outras atividades tiveram sérios prejuízos, principalmente a dança. Aulas, espetáculos, bailes e baladas foram proibidos ou limitados em muitas cidades do Brasil e do mundo, devido às aglomerações em que resultam.

Pois bem, o distanciamento social é essencial para nos mantermos saudáveis durante a pandemia, mas ele também acarreta em aumentos significativos de problemas como ansiedade, depressão e estresse, além do próprio isolamento, que aparece como causa e consequência de muitos problemas psicológicos comuns em nossa sociedade. 

Como terapia complementar, diversos estudos apontam a dança como um antídoto para tudo isso, e sua prática é muito importante para nos mantermos integralmente saudáveis nesse momento. Professores e academias de dança tem se mexido para oferecer novos métodos de estudo e lazer para seus alunos, e uma das opções disponíveis são as aulas on-line. 

Se você ainda não está participando de nenhuma aula, veja alguns motivos pelos quais você deve começar a dançar nessa quarentena, aí mesmo da sua casa.


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Gabriela Romão. Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), é especializada em escrita científica. Estuda dança desde 2016, com ênfase em modalidades de dança de salão.

Contatos: gabi.r.romao@gmail.com | @romaogabriela

Maria Cristina Lopes Quando a mente está leve a dança flui Psicologia da dança